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Mostrando postagens de março, 2011

Por entre veias e vielas

Era Veneza, mas bem que podia ser outro lugar qualquer. A noite, bela dama, transformava o cenário numa batalha de amantes. Por entre os ladrilhos da rua, uma dona menina. Louca para ganhar o título de bela colombina.Enquanto na esquina ele só a olhava. Timidez ou não, o fato é que estava ali por longo tempo. Se esgueirando pelas vielas geladas daquele lugar encantador. Ele a amava desde muito tempo, para ser exato, havia 10 ou 20 minutos. Mas quem liga para isso? O corte que ela deixara em seu peito fora feito apenas com um olhar de relance. A jovem era atrevida, percorria puteiros, andava sozinha já há algum tempo. E não demonstrava um tico de estranheza em ver aquelas mulheres a sorrir escaldantemente para quem lhes oferecesse o tal papel. Em resposta, elas também ofereciam o amor de plástico e o gozo fingido. Mas a sapeca dona menina fincava o olhar, como se apurando tudo nos mínimos detalhes. Os sabores e cores. Sorria astuta. De lábios grossos, os empinava só para of

O dobro de tudo

Certeza ela não tinha (mas e quem tem mesmo?) Da larga fresta que transpassava seu coração, vários tinham sido os que nele repousaram. Mas, era uma noite chuvosa... e agora, como seria? Restava o barulho das gotas a tocar o velho telhado, o cheiro da areia recém molhada e a xícara de café  sobre a mesa, ainda na espera.  Mas ele não chegou, e nem o faria por um longo tempo... a largura dos dias se apresentava cada vez mais presente. Os  P   I   N   G   O   S  podem ser percebidos mais calmos, a travessura tinha ficado na noite anterior Agora era a vez dele, o sol. De belos e ofuscantes amarelos, se exibia a todos os dispostos à brevidade ou não,  aos insones que bebiam a noite aos goles e vomitavam no dia os sentimentos que ainda suavam na mente. Ela abre os olhos, solta um sorriso gargalhado e olha ao seu lado. A cama continua a mesma: quatro pés envoltos numa vontade nada cálida de pisar a vida, só pra exibir os calos que valem à pena. É,