Lacunas e cafunés


Fazia parte de seus dias as trelas, 
comer frutas dependurada em árvores, 


também os machucões e as noites mal dormidas por conta desse ou daquele corte que lhe doía.


E sabe o que ela mais gostava? dos cafunés que surgiam entremeados pelas palmadas matinais, vespertinas, noturnas ou isso tudo.


Por mimo, medo do escuro, por pesadelo ou, ainda, medo do carão que a tia lhe deu por derrubar refrigerante naquele caderno verde de páginas amareladas que sempre rasgavam quando precisava usar a borracha... independente do motivo ela sempre estava lá, pronta para sentar no chão e por lá ficar horas e horas ao lado da cama da menina peralta. E era um cafuné primoroso...


... máquina alguma se assemelha!



Deveria ser direito de todos: cafuné para começar bem o dia. Cafuné para aproveitar aquela noite chuvosa. Cafuné para se salvar dos pesadelos. 


Aposto que assim a vida seria mais colorida. 


As pessoas adoeceriam pura e simplesmente para ganhar cafuné e não ficariam saradas por um longo tempo.







Vida vai, vida vem e uma coisa me preocupa, 
faltam mãos no mercado ou saiu de moda se aprochegar num colinho bom?!



Ainda sim, era muito bom. Sinto os dedinhos até agora... 

Por Natália Freitas


Comentários

  1. dá vontade de chorar. hj eu to meio pra cafuné. nem que fosse cafuné simbólico. ser leoa o tempo todo demanda essas coisas...

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Tá tudo amassado

Los treinta y seis colores de una vida

Quando chuva