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Mostrando postagens de janeiro, 2013

A alma da casca

Muito fácil seria se todo poema terminasse em rima perfeita. Daquela de afagar o peito por puro conceito. Mas não. Poema que se preze corta por intenção. É a procura de alma para um corpo vazio. É o sorriso rasgado daquele que esqueceu a viela da felicidade. Bem longe do bailado parnasiano, dois quartetos e dois tercetos. (...) Poe(mar). Para além, do quê? Do verso. Transpondo o inverso. Do que te parte, te seca, te esconde sob os lençóis. (...) O corpo pede a exatidão das linhas curvas. O preenchimento daquele "enter" por um entre. (...) Sente-se o naufragar dos pensamentos rotos. Poesia é o vômito dos ébrios da razão metrificada. É o desconserto do acerto. Racha a casca. Arde. E nos torna mais humanos. Por Natália Freitas