Espoliação "consentida"
Escrevo. Apago. Escrevo e novamente apago... sob um movimento quase que automático. As ideias me parecem inertes. Não por falta do que dizer, ao contrário, por puro atropelo. Na ausência de vinho, bebida tema de belas crônicas galeanescas, resta-me o som, da música escolhida e, ainda mais, das ideias a fustigar minha cabeça. É engraçado como as leituras mudam a partir da mudança das nossas próprias experiências. É mesmo a tal da dialética. A vontade de escrever esse post veio depois de reiniciar uma leitura realizada ainda em tempos de graduação. A obra, que mesmo depois de décadas é de uma vitalidade tamanha, é As veias abertas da América Latina , de autoria do Eduardo Galeano (tão citado neste espaço). Admira-me a capacidade com que ele passeia por temas tão instigantes, mas não menos doloridos, de forma tão laboriosa. Como ele disse em outra obra, suas letras são dedicadas a dar voz aos que são "desprezados por aqueles que desprezam as próprias ignorâncias".