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Mostrando postagens de dezembro, 2010

Ode à pungência

Enfadonha-me a vida desse jeito! De exceções para justificar o injustificável De ser maioria quando o assunto é a falta Quero mesmo é o calor, o contato, o suor Que à boca não seja vetado o direito de amar Que lhe seja permitido um clássico EU TE AMO Que, na ausência das palavras, seja permitido o silêncio significante  Quero mesmo é sentir-me no outro  Sem medo de a este ser proibido me olhar nos olhos e aceitar um chocolate por mim oferecido Nego o estranhamento, o impedimento, a naturalização do inaceitável Reivindico o simples, o leve... Que a todos seja permitido apreciar o crepúsculo de um dia calmo, o perfume das coisas, os olhares perdidos/achados Baterei na porta da felicidade até que ela me atenda  E só descansarei quando não mais precisarmos forjar um último dia do ano. Por Natália Freitas

Alguém viu Noel?

Há tempos que o bom velhinho não mais me engana. Para ser exata, desde que dei de cara com meu pai pondo meu presente embaixo da cama. Poxa, como eu não precisava ter tido aquela experiência! Tudo bem que o meu velhinho também era barrigudo e daria um bom papai Noel. Mas não, não era ele que eu queria encontrar naquela noite. Essa história me veio à mente quando dia desses eu me deparei com uma situação no mínimo endêmica das nossas relações fetichistas. Eu estava no ônibus de uma pitoresca cidade que, nos próximos dias, será meu novo endereço, Aracaju. Tudo convergia para ser mais um fim de tarde como qualquer outro: ônibus cheio, pessoas com rostos cansados e pouca paciência.  Já ouvi por várias vezes comentários do tipo: " Oh, como nessa época do ano tudo se enche de magia. É mesmo o espírito de natal." Creio que por ter ouvido tanto, terminei acreditando. Não fosse a surpresa que tive nesse tal fim de tarde em terras sergipanas.  Lá pelas tantas de minha