Postagens

Mostrando postagens de 2019

Em relevo

Calma sensação perturbadora de paz. Faria sentido pra ela? Pensara só por uns instantes. Os olhos mal abriram e aquilo lá nela. Vinha a se preparar para a guerra. Para os dias estranhos que teimavam em permanecer. Para o caos ordenado. Para aquela música de um Ipiranga nada plácido. Mas não para a paz. Dela até enternecia pensar. Só que não vinha. Suava. Custava. E não vinha. Havia corrido tanto do ódio que desaprendera sobre amor. Era possível? Só agora, abrindo os olhos, percebera. Que também ela estava em bombardeios. As costas lhe pesavam a rotina do (des)padrão. Continuava aguerrida. Ela sabia. Mas lhe doía buscar todo dia o colorido no cinza. Esgotado estava seu corpo. E do espírito não tinha certeza se ainda lhe havia. Mas era soldada. Repetia todo dia. Sua mãe foi. Outras também. E um NÃO rejeitava o tudo posto. NÃO. NÃO podia ser esse seu destino. Nem o das outras. Afinal, Deus, elas eram força. Sabiam. Mas não queriam. O corpo novamente

Ecos

Para pensar é preciso desembarulhar. Volta e meia, me pego assim, lotada de vozes inquilinas. E me reconheço apátrida de mim. Fazem tanta zuada elas. Ouvem músicas de que não gosto e sem fone de ouvidos. E me assusta. Ele. O silêncio. No meu medo, também o imagino cheiroso, sorridente. Bom de abraçar e chamar para um café. Do meu silêncio ainda não sei. Anteotem até pedi ao mundo para falar mais baixo. Ou até mesmo dormir um pouco. Não me obedeceu. Imagina só: Eu ficaria com a praia vazia e as ondas a chacoalhar. Haveria uma rua. Um cachorro também. Sobre um banco, um livro aberto naquela página abandonada há tempos. E sentaríamos. E conversaríamos. Eu e o silêncio. Por Natália Freitas

(des)veneno

Extraviada via Estragada E o viado lia Normas de inconduta Ia a contragosto E de resto o gozo uma puta raiz anal(isar)