Em relevo
Calma sensação perturbadora de paz.
Faria sentido pra ela? Pensara só por uns instantes.
Os olhos mal abriram e aquilo lá nela.
Vinha a se preparar para a guerra.
Para os dias estranhos que teimavam em permanecer.
Para o caos ordenado.
Para aquela música de um Ipiranga nada plácido.
Mas não para a paz.
Dela até enternecia pensar. Só que não vinha.
Suava.
Custava.
E não vinha.
Havia corrido tanto do ódio que desaprendera sobre amor.
Era possível?
Só agora, abrindo os olhos, percebera.
Que também ela estava em bombardeios.
As costas lhe pesavam a rotina do (des)padrão.
Continuava aguerrida. Ela sabia.
Mas lhe doía buscar todo dia o colorido no cinza.
Esgotado estava seu corpo.
E do espírito não tinha certeza se ainda lhe havia.
Mas era soldada. Repetia todo dia.
Sua mãe foi.
Outras também.
E um NÃO rejeitava o tudo posto.
NÃO.
NÃO podia ser esse seu destino.
Nem o das outras.
Afinal, Deus, elas eram força. Sabiam.
Mas não queriam.
O corpo novamente lembrava daquele peso.
Que ela não sabia de onde vinha.
Ou quando havia começado.
E qual delas levantara o primeiro saco nas costas?
Sabia do peso.
De sentir o peso.
E até pensara um dia.
A paz deve ser boa.
Ela deve dar vontade de chocolate.
De sentir o sol. O mar.
De aninhar. Ninar.
O tempo pra isso não veio.
Lembra? era soldada.
Carregava peso.
Quilos de pedra.
Ou de esperança.
Pouco importava.
Nesses tempos, carregar esperança também doía.
Fez isso tudo e voltou.
Permitiu-se sentir aquilo que lhe era estranho.
Paz?
Soou-lhe como uma estranha sensação de eu posso.
E parecia ouvir vozes.
E eram.
Das outras.
Que continuam a lhe empuxar.
Por Natália Freitas
Faria sentido pra ela? Pensara só por uns instantes.
Os olhos mal abriram e aquilo lá nela.
Vinha a se preparar para a guerra.
Para os dias estranhos que teimavam em permanecer.
Para o caos ordenado.
Para aquela música de um Ipiranga nada plácido.
Mas não para a paz.
Dela até enternecia pensar. Só que não vinha.
Suava.
Custava.
E não vinha.
Havia corrido tanto do ódio que desaprendera sobre amor.
Era possível?
Só agora, abrindo os olhos, percebera.
Que também ela estava em bombardeios.
As costas lhe pesavam a rotina do (des)padrão.
Continuava aguerrida. Ela sabia.
Mas lhe doía buscar todo dia o colorido no cinza.
Esgotado estava seu corpo.
E do espírito não tinha certeza se ainda lhe havia.
Mas era soldada. Repetia todo dia.
Sua mãe foi.
Outras também.
E um NÃO rejeitava o tudo posto.
NÃO.
NÃO podia ser esse seu destino.
Nem o das outras.
Afinal, Deus, elas eram força. Sabiam.
Mas não queriam.
O corpo novamente lembrava daquele peso.
Que ela não sabia de onde vinha.
Ou quando havia começado.
E qual delas levantara o primeiro saco nas costas?
Sabia do peso.
De sentir o peso.
E até pensara um dia.
A paz deve ser boa.
Ela deve dar vontade de chocolate.
De sentir o sol. O mar.
De aninhar. Ninar.
O tempo pra isso não veio.
Lembra? era soldada.
Carregava peso.
Quilos de pedra.
Ou de esperança.
Pouco importava.
Nesses tempos, carregar esperança também doía.
Fez isso tudo e voltou.
Permitiu-se sentir aquilo que lhe era estranho.
Paz?
Soou-lhe como uma estranha sensação de eu posso.
E parecia ouvir vozes.
E eram.
Das outras.
Que continuam a lhe empuxar.
Por Natália Freitas
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