Peregrinos de Passárgada
Abriu os olhos, tentou esticar os braços no máximo que seu peregrino corpo lhe permitisse só para beber mais uma manhã angélica. O sol lhe ardia nas juntas. Os pássaros lhe zombavam por sobre um canto tão bem ensaiado. No chão, o velho e companheiro chinelo ao molde alpargatas estava, como de costume, a postos esperando a ordem do dono para trepidar naquele andar que não mais invejava a mais lerda das lesmas escorregadias. Milhares de quilômetros distantes do seu leito o separavam dela. Nunca se viram e ao menos sentiram o cheiro um do outro. A brisa não os presenteou com a valsa porosa e galanteadora dos que amam. Nunca trocaram cartas dóceis e outras nem tanto assim. Nunca tiveram um filho, sequer, e a esse não puderam chamar de Amarantes. As dívidas hipotecárias nunca foram um comum; também não se embriagaram com os gozos consecutivos, daqueles que só têm os que permitem o furdunço dos lençóis revirados e molhados de suor somados aos vapores saídos das bocas, tarefa para b