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Mostrando postagens de dezembro, 2013

Lastro da escrita

Tic-tac. Tic-tac, avisam-nos os relógios todos os dias. Ao invés disso, eles deveriam dizer: menos um, menos um, menos um. Menos um de tudo. Do tempo que transpiramos. Da distância de coisas, pessoas e pensamentos. (...) Buzinas irritadas, transito infernal. Todos cheiram a formol. Prédios são erguidos, enquanto outros teimam por desejar o chão. (...) Aparelhos eletrônicos nos dizem a hora de levantar, quanto comer, correr, beijar, amar... (...) Láááá longe. Em algum lugar dessa vastidão que é o mundo. Existe um eu. Eu que viveu e vive tentando se encaixar. Encontrar aquela casa de árvore feita de madeiras de demolição. Um lugar no mundo. Um estar no mundo e em si. Estou agora sentada escrevendo e refletindo sobre o que li antes do almoço. Leituras que, espero eu, sirvam para alimentar minhas próximas linhas acadêmicas. Mas eis que o velho incômodo bate à porta e resmunga: - É isso que desejas? É isso que te define? (...) E sou obrigada a mais uma vez pa