Ode à pungência
Enfadonha-me a vida desse jeito! De exceções para justificar o injustificável De ser maioria quando o assunto é a falta Quero mesmo é o calor, o contato, o suor Que à boca não seja vetado o direito de amar Que lhe seja permitido um clássico EU TE AMO Que, na ausência das palavras, seja permitido o silêncio significante Quero mesmo é sentir-me no outro Sem medo de a este ser proibido me olhar nos olhos e aceitar um chocolate por mim oferecido Nego o estranhamento, o impedimento, a naturalização do inaceitável Reivindico o simples, o leve... Que a todos seja permitido apreciar o crepúsculo de um dia calmo, o perfume das coisas, os olhares perdidos/achados Baterei na porta da felicidade até que ela me atenda E só descansarei quando não mais precisarmos forjar um último dia do ano. Por Natália Freitas