Mediocridade, dá um tempo!
Já nem faz tanto tempo assim ou faz? Minha memória rouca insiste. A falha é a melhor demonstração das tentativas. Dela podemos resgatar aquele eu que, por muitas vezes, tentou. Mas o dia segue cinzento, como que dizendo: - Não, eu não te quero. Pessoas andarilhas passam. Passeiam e, até mesmo, estacionam. O trânsito tomou suas vidas, não tem jeito. Estão engarrafadas. O sinal parece sempre estar vermelho. Não há espaço para o sossego, a ousadia e a violência do amor (en)carnecido (aquele que, de tão suave, enternece e escarneia). Queria eu o vibrar de uma garganta poeta. Mas não, minhas palavras são usadas. Fracas. Com sinônimos. O que eu desejo? perguntaria você. Uma injeção de vida para uma veia bem pulsante. O rasgar da pele, por pura vontade de ter. O abuso do sorriso zombeteiro. O frescor daquele cheiro que senti aos cinco anos, quando a vida era toda minha. E eu te pergunto, meu caro. É nessa merda que planejas teu pranto? A mim não serve. Devolvo.