Pulso
O escuro por não suportar o claro
Descer degraus por não conseguir subi-los
É a mente confrontada pelo espírito
... como que um martelo à parede
... e ela cruzou mais uma rua
Danou-se na danação do dia
E por lá ficou
O corpo eletrizado
E um pulso infeliz que não descansava-lhe os ouvidos
Ouve?
Mãos suadas, boca seca
Era o momento oportuno para uma dança
Tomou os pensamentos pelos braços, fechou os olhos e dançou
E o vento soprou
E o sol ardeu
E o chão rasgou-lhe as solas dos pés
Sangrou
Chorou, chorou, chorou
As lágrimas secaram em seu rosto
(...)
Ah, aquela música...
(...)
E o sopro soprou-lhe maresia
Agradeceu
Bebeu
E devolveu ao mundo um sorriso vertiginoso.
Por Natália Freitas
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