Memória, a paga do tempo

- Eu rasgaria o tempo assim pudesse!
- O tempo não, a lembrança dos que dele lembram.

(...)

Vejo uma rua.
Sessenta e quatro ladrilhos a me apontar que o esgoto ainda fede.

(...)

Baco treme em risos e avisa a Zeus que a composição desta estória está vermelha de seus melhores vinhos.

(...)

Direcionam ao meu front canalhices de toda ordem. E até me fazem crer que a minha história anda atordoada, esquizofrênica.

(...)

E lhes respondo: Sim. Na minha esquizofrenia, ouço vozes de um passado expurgado com sangue, silêncio e dor.

(...)

E a minha história, meu caro, agora acende um cigarro, respira fundo e espera as cortinas se abrirem para o espetáculo recomeçar!


Por Natália Freitas



Comentários

  1. gostei muito de tudo aqui.
    nesse texto me senti nesse passeio cinza. Sou mais um fantasma nessa cidade - eu e você.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Tá tudo amassado

Los treinta y seis colores de una vida

Quando chuva