Os silêncios lá fora não são ouvidos. Automóveis soam normalidade. A quem querem enganar? Tá, não precisa dizer. Não são só eles. Certo? Todo dia um pouquinho mais. Os pratos já lavei. A cama arrumei. As plantas nunca estiveram tão bem hidratadas e verdinhas. Estou limpa e alimentada todos os dias às 07h. E cadê meu silêncio? Antes disso tudo acontecer, eu conversava comigo e pedia tempo. Desejava pelo tempo. Onde nele eu pudesse respirar. Pensar. A vida não era minha. Eu sabia disso. E ardia o desejo de tê-la um dia. Dia. "Tempo que transcorre, em determinada região da Terra, entre o instante do nascer do Sol e do seu ocaso". Pesquisei no dicionário. Olho pela janela hoje e ele me parece um não sei o quê. Igual ao lençol que pela manhã eu amasso e guardo sem dobrar. Teve um dia em que acordei otimista. Mudei de lugar os objetos da sala. E pratiquei exercícios e também dancei. Na sala de novos ares. Olhei pro alto. O qu
De pronto, dedico esse post aos que não mais se assombram com o cotidiano, aqueles que perderam a capacidade de se admirar e, ainda mais, de se incomodar com ele... ... como se existissem milhares de pequenas agulhinhas a espetar meu corpo. É assim que sinto. Peço desculpas se minhas idéias parecerem desconectas ou demasiado forçadas... quem sabe?! O fato é que tenho o hábito, não sei se bom, de juntar várias sensações em um determinado acontecimento do dia. É tão autônoma essa reação que a mim também me surpreende. Pois bem, mas sou uma mulher de poucas palavras, já percebi que se dou corda elas criam tamanha independência que, posteriormente, me causam rugas na testa. Por ser assim, já fui amavelmente (assim prefiro imaginar) apelidada de ala xiita. Vai saber neh... mas sabe de uma... acho que sou mesmo. E daí?! Bom, mas chega de rodar, rodar... Como os próximos sabem, sou professora (nd de tia, professora mesmo) de história (e como mão-de-obra superexplorada
Mais um dia de trabalho acabava para mim. O corpo latejava, embora não mais que a mente. E eu caminhava, olhando menos os meus e muito mais os passos alheios. Um sinal verde, pessoas à espera de um vermelho para caminhar. Movimentos repetitivos. Todos nós sabíamos o que devíamos fazer! Chegaríamos todos em casa, jogaríamos nossas coisas sobre a cama e, logo em seguida, um banho lavaria o que dava para ser salvo. Uma pena não ser sempre assim? Digo avidamente que sim e não. Do tanto que já nos tiraram e ainda o fazem, uma teimosia vai perdurar em mim, como que óleo grudado ao corpo: o vício de ver/viver o outro. ... Uma longa espera e eis que meu ônibus chegava. Como de costume, percebia os olhares perdidos, cansados, apaixonados, irritados, idiotas... Percebia também o que não dava pra deixar passar, a chuva. Esta, ruivava lá fora e punha medo aos que precisavam manter um cabelo bonito, uma roupa nova ou mesmo o corpo longe de um be
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