De pronto, dedico esse post aos que não mais se assombram com o cotidiano, aqueles que perderam a capacidade de se admirar e, ainda mais, de se incomodar com ele... ... como se existissem milhares de pequenas agulhinhas a espetar meu corpo. É assim que sinto. Peço desculpas se minhas idéias parecerem desconectas ou demasiado forçadas... quem sabe?! O fato é que tenho o hábito, não sei se bom, de juntar várias sensações em um determinado acontecimento do dia. É tão autônoma essa reação que a mim também me surpreende. Pois bem, mas sou uma mulher de poucas palavras, já percebi que se dou corda elas criam tamanha independência que, posteriormente, me causam rugas na testa. Por ser assim, já fui amavelmente (assim prefiro imaginar) apelidada de ala xiita. Vai saber neh... mas sabe de uma... acho que sou mesmo. E daí?! Bom, mas chega de rodar, rodar... Como os próximos sabem, sou professora (nd de tia, professora mesmo) de história (e como mão-de-obra super...
Mais um dia de trabalho acabava para mim. O corpo latejava, embora não mais que a mente. E eu caminhava, olhando menos os meus e muito mais os passos alheios. Um sinal verde, pessoas à espera de um vermelho para caminhar. Movimentos repetitivos. Todos nós sabíamos o que devíamos fazer! Chegaríamos todos em casa, jogaríamos nossas coisas sobre a cama e, logo em seguida, um banho lavaria o que dava para ser salvo. Uma pena não ser sempre assim? Digo avidamente que sim e não. Do tanto que já nos tiraram e ainda o fazem, uma teimosia vai perdurar em mim, como que óleo grudado ao corpo: o vício de ver/viver o outro. ... Uma longa espera e eis que meu ônibus chegava. Como de costume, percebia os olhares perdidos, cansados, apaixonados, irritados, idiotas... Percebia também o que não dava pra deixar passar, a chuva. Esta, ruivava lá fora e punha medo aos que precisavam manter um cabelo bonito, uma roupa nova ou mesmo o corpo longe...
Conversando com um amigo sobre assuntos corriqueiros me veio na mente as frases célebres que mãe adora dizer (e como essas palavras ganham vida na boca de uma genitora): eu não falei! não me escuta! você não valoriza a sabedoria da sua mãe! É pro seu bem, obedece! Pois bem, mas a minha impertinente (ou pertinente, vai saber) recordação me levou a uma situação que ocorreu com a minha pequena pessoa anos atrás... época em que eu ainda tinha que acatar com certas regras, inclusive as alimentares... afinal, toda mãe tem diploma de pediatra, psicóloga, professora, lálálálá e nutricionista. E a minha adorava exercer essa última atividade. Era um fim de tarde, eu devia ter uns 12 anos, uma jovem manceba. Eu já tinha cumprido com o ritual diário de uma criança dessa idade (ao menos para aquelas minimamente em condições sócio-econômicas aceitáveis): acordado cedo... e como era cedo; ido à escola ... estudado e brigado muito com os garotos; almoçado e tirado um cochilo. Estava agora...
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